28.12.10

Espetáculo | Diálogo Orgânico



A interpretação faz parte da nossa existência cotidiana. Nem sempre nos damos conta de que nossas escolhas e decisões se fazem a partir de interpretações. Elas se processam ao longo do dia, dos anos e da vida, de uma maneira absolutamente natural. Mas o que é a intrepretação? Esta é a nossa questão. Questionar radica no que há de mais profundo em nós. Nele sabemos e não sabemos, queremos e não queremos. O caminho da interpretação é a interpretação do caminho como o não-querer e o não-saber de toda questão. Se já soubéssemos o que desejamos na interpretação, não questionaríamos. Existir é interpretar a questão. Mas o que é a interpretação para que nela se dê a questão? A interpretação, o questionar e o que somos estão assim profundamente interligados. Por isso, quando tomamos como tema a interpretação, é em nossa própria existência que estamos pensando. Interpretar nessa dimensão é interpretar-se. A questão é: o que é o interpretar para que nele possa acontecer um interpretar-se? Interpretar-se é realizar-se.
Realizar diz-se em grego: poiein. De poiein se originaram as palavras poeta, poema e poiesis. Posteriormente, como reflexão em torno do que eclode em todo poiein, se fundou a Poética. É a interpretação filosófica do que é a arte, isto é, o poeta, o poema e a poieses.

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