29.12.10

De Almas Sinceras a União Sincera





Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

William Shakespeare

Filosofia do Café



Na manhã fria de julho,
Escuto o barulho,
Da água descendo pelo bule.
Sinto o forte aroma,
Do café feito na hora.

Filosofia ao questionar,
Essa forte bebida para tomar.
O que existe por trás de um ato tão simples
Como este, tomar um café para se esquentar?
A resposta fica no singular:
No inverno, o frio nos atormenta,
Enquanto o café nos esquenta.

Uma bebida quente,
Que vai bem a qualquer ambiente.
Não importa se está frio, ou calor.
O importante mesmo é o sabor.


Santa Gula²



Nada alimenta
As entranhas
Viandas estranhas
Os olhos engolem
Antes que a boca prove
O paladar não comprova
Não degusta...
É um eterno
Empanturrar
Empanzinar
Nada saboreia...
De ceia em ceia
O vício recheia
O que nenhum manjar
Irá saciar...
Carmen Cecília

Santa Gula



Tudo aqui empanturra
É uma fome da zorra
Dos olhos ...d'alma...da boca
Sem embuste ou deguste
Com manjar sem arbuste
Apetite dos apetites
Vício do malefício
E haja pança pra tanta sustança

Publicidade e Poesia



A poesia que quer pertencer ao conjunto de recursos utilizados pela publicidade, através dos meios de comunicação, tem que, necessariamente, perder o seu caráter hermético. Deixar de pertencer somente à cultura dita "clássica" e abrigar também a cultura "de massa".
Já que uma comunicação mal feita não é comunicação alguma, a poesia precisa estar integrada ao meio que irá compor a ação comunicativa. Não é preciso estar altamente legível, mas é preciso estar inteligível, consciente ou inconscientemente, ao espectador, alcançando o objetivo proposto pela campanha elaborada.
Aqui, a poesia é funcional, parte das artes aplicadas. Utilizar-se de pontuação e figuras de linguagem para construir uma comunicação eficiente e que atinja, sem causar dúvidas – ou causando, se esta for a intenção – seu público alvo, não é uma novidade na elaboração de slogans.
Agora, mais do que nunca, devido às mudanças governamentais e a crise econômica do país, a criação em publicidade tem se esforçado de modo a envolver e fidelizar seus consumidores e gerar adesão de novos consumidores através de campanhas de forte apelo emocional, direcionadas a quem mais se influencia pela mídia.
No caso da comunicação publicitária, o produto encarrega-se de exercitar o mundo real de seu usuário, mostrando suas possibilidades e funções. O mundo imaginário do usuário tem igual importância num processo de decisão de compra, pois é ele que traz a carga emocional da escolha, que deve estar de acordo com as fantasias e desejos do comprador.
A poesia entra como um recurso para se alcançar o mundo imaginário. É também um fator de memorização e de elevação do produto em nível emocional, aspiracional.
Não só a poesia em versos participando da redação publicitária, utilizando-se da linguagem escrita e oral, como também a poesia visual em toda a sua capacidade simbólica e de interpretação, pode e está sendo empregada como mais uma maneira de se fisgar o espectador, ou por identificação ou por atingir as expectativas do mesmo com relação à qualidade de imagem e textos de campanhas de produtos direcionados.
Sabe-se através de pesquisas comportamentais que os consumidores não se dividem mais por sexo, faixa etária e classe social. Sabe-se que o desejo de compra e a predisposição do consumidor são mais importantes para formar um perfil classificatório de atitude e motivação.
A poesia em publicidade, quando parte de um planejamento, gera diferenciação e, consequentemente, discussões tanto entre os espectadores, quanto entre os profissionais da área publicitária e da concorrência.
No processo de formação de uma marca o conhecimento é a base de todo o desenvolvimento. O consumidor ao conhecê-la passa a considerá-la no momento da escolha, sem o conhecimento há muito pouco que possa convencer o consumidor a comprar algo. O próximo estágio é a familiaridade, que é quando o consumidor, além de conhecer a marca (o nome), sabe o que ela produz e percebe a sua qualidade (boa ou ruim). A favorabilidade da marca, que é o próximo estágio, é a identificação com a marca, a intenção de uso do produto, é quando o consumidor gosta do que a marca fabrica.
A poesia pode ser um potencial gerador de favorabilidade para marcas que já conquistaram conhecimento e familiaridade, ou catalisar o processo de conhecimento e familiaridade para marcas incipientes.


ARTificial



Da vida e da arte
É tênue o limite,
Se é que ele existe!
Qual parte é qual parte?
Qual delas se omite?
Qual busca o debate?
Qual sela o contraste?
Qual nega o convite?
Da arte pra vida,
Qual a diferença?
Se ambas compreendem
Palavras unidas
Em louca seqüência
Que ninguém entende...?

ANTAgonizando



Todos os dias estava com ela, sentia que tudo a minha volta tivesse paz e silêncio. Ela nunca falava, só me ouvia os desabafos, os maus humores, me abraçava no seu abraço artificial, eu deixava de lutar com tanta facilidade, por ela tava cego só queria a sua atenção. Quando vinha a noite deitava comigo na cama e como um manto cobria me, era a sim que eu adormecia. Mas um dia me senti tão mal precisei dela, mas ela não veio. Pedi ajuda chorei, gritei para que ela me ouvisse, mas nada além do silêncio e uma dor pelo corpo todo. Então rezei na esperança que tudo passasse. Deitado nu, ouvi, uma voz que parecia vir de longe, tão suave disse que ela nunca foi minha amiga, e que não existia nenhuma amiga era tudo fruto de minha cabeça. Eu quase sem poder, respondi; como sabia que não era amiga?! A voz suave respondeu; a droga não tem amigos pelo contrário nos destrói aos poucos até a morte. Disse-lhe adeus, agradecendo aquela voz. Mas já era tarde demais porque minha amiga artificial já tinha me tirado tudo até o último suspiro da mina vida.

Menina e Moça



Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.

Às vezes recatada, outras estouvadinha,
Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;
Tem coisas de criança e modos de mocinha,
Estuda o catecismo e lê versos de amor.

Outras vezes valsando, e* seio lhe palpita,
De cansaço talvez, talvez de comoção.
Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,
Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.

Outras vezes beijando a boneca enfeitada,
Olha furtivamente o primo que sorri;
E se corre parece, à brisa enamorada,
Abrir asas de um anjo e tranças de uma huri.

Quando a sala atravessa, é raro que não lance
Os olhos para o espelho; e raro que ao deitar
Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance
Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.

Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,
A cama da boneca ao pé do toucador;
Quando sonha, repete, em santa companhia,
Os livros do colégio e o nome de um doutor.

Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;
E quando entra num baile, é já dama do tom;
Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;
Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.

Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo
Para ela é o estudo, excetuando talvez
A lição de sintaxe em que combina o verbo
To love, mas sorrindo ao professor de inglês.

Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!

Ah! se nesse momento alucinado, fores
Cair-lhes aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar dos teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.

É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!

Machado de Assis, in 'Falenas'

Roupas

Visto roupas,
roupas impostas
para que eu possa
passear na praça
e mesmo que nunca o faça,
que me feche, ou amofine,
visto roupas, para ser aceita
por quem tantas vestes, veste,
para que "ele" venha assim sorrateiro
fale de mim
e já no fim me defina

Define, dando fim
no que sou,
levando de mim o que dou
e deixando de dar, me oprime
num regime,
do que tenho que ser
do que não posso dizer,
coloca capas sobre mim
me faz ser assim!

E me veste, como se vestia
como se algum dia
tivesse sido feliz!


Eu insisto em investir
contra as roupas,
que embora poucas
expõem marcas
trazem slogan do que sou
mas nunca,
nunca deixam transparente
o que sou verdadeiro,
o meu eu por inteiro

E assim meio demente,
plena ou doente
então me cubro de seda,
fingindo também não ferir!

Noite e Lua



Noite de lua cheia
A coruja adorando.
Logo ela passeia
Ali está descansando.

Aqueles olhos vermelhos
Mostra sua ousadia.
Parece até um espelho
Nem enxerga de dia.

A coruja caçadora
Logo começa a espreitar.
Da presa devoradora
Quando sempre está a caçar.

A lua é seu adorno
Na noite de luar.
No cento de seu contorno
Neste belo bailar.


Beleza



A mulher que se preocupa em evidenciar a sua beleza anuncia ela própria que não tem outro maior mérito.

Julie Lespinasse

Euforia



Hoje eu quero falar de mim
Das coisas que perdi, das emoções
Que eu vivi
Quando a gente de se dá conta
A festa já acabou,o pássaro já cantou
Já criou asas e voou
Hoje quero falar de mim
De tudo que deixei passar
Agora me vejo lagrimejar
Tentando recuperar
Hoje quero falar de mim
Do amor que tenho às pétalas
Da euforia de cada véspera
Do conforto aconchegado.


Loucura



Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:

Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.

E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.

Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”

Assim me tornei louco.

E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.

Gibran Khalil Gibran


Antes de Ver a Luz



Antes de ver a luz;
Terás de morrer, pois a morte não é um antagonismo à vida, mas sim um complemento.
Antes do teu momento irás olhar o céu e perceber a dor dos que chamam o anjo negro para si.


O Casamento



Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
Promete se deixar conhecer?
Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher:
declaro-os maduros. ‘


Mario Quintana

Ser Noiva...



Ver o sonho de criança se
realizar…

È contar nos dedos a hora de dizer: o SIM
De chegar o dia de dividir o mesmo teto com a pessoa que ama

Sonhar com o vestido a todo instante
Falar de casamento até cansar e cansar
Se emocionar de verdade ao ouvir as músicas do casamento
Ter crises de choro e estresse com a família e com o noivo
Entrar na famosa TPC (tensão pré casamento)
Ficar super feliz em saber q a família que vem de longe, esta fazendo o maior esforço pra poder estar presente no dia importante da sua vida
Escolher um excelente buffet para oferecer para os seus convidados
Ficar anciosa pra chegar o dia de fazer um grande brinde com toda a família e amigos
Se emocionar e perceber o quanto nossos pais e família estão felizes com o casamento
Ficar estressada com a lista dos convidados
Ter que parar de gastar com coisinhas para guardar din din para outras coisas mais importantes
Aprender a negociar e fazer um drama básico para conseguir baratear os custos do casamento com os fornecedores
Achar o máximo fazer a prova do vestido mesmo quando ainda faltam meses para o grande dia
Provar doces, bolo, comida e ficar enjoadaaaaaaaaaa de tanta coisa gostosa…
Ter sonhos e pesadelos horríveis
Pensar em cada música que será tocada
Ficar ansiosa e contar os meses, dias, minutos e segundos para o GRANDE DIA
Ser NOIVA é bom demais!!!! E o melhor de tudo é ter a certeza de que ele é, de verdade O AMOR DA SUA VIDA!!!”



Altar

Alianças



Aliança
De alguma maneira hoje
Quero sempre me casar com voce...
Para mim este amor é diferente, não é de papel passado,
É amor de papel presente.

Elisa Lucinda

Desafio



A vida vive a me desafiar,
Eu com a vida a lutar.
Tenho desafio de sobreviver.
Nesse mundo onde tudo
Pode acontecer.


Medo



Eu queria falar do amor
Com certeza preferia falar de amor...
Mas tenho que falar do medo
O medo de amar, sonhar, viver, sofrer
O medo do amanhã, das coisas corriqueiras, banais...
O medo de me entregar e do amanhecer
O medo de correr riscos
E até mesmo de arriscar alguns rabiscos
Num poema apaixonado
E assim deixar claro, esse sentimento escancarado
Este medo banal
Que causa-me tanto mal
O medo de ver brotar no jardim uma flor
E sentir o seu cheirinho de jasmim
O medo de que Deus veja tudo dentro de mim
O medo da morte
E o medo de depois da morte...
Ah! medo, porque me persegue?
Deixe-me sentir e ser sempre alegre
Quero abrir meu coração e mostrar a criança que há em mim
E depois sair correndo, pulando e gritando
A alegria é assim...
Medo, vá embora para bem longe
Porque neste coração para você não há lugar


"Poema Negro"



Quisera que este poema fosse negro,
negro como ébano,
invisível na escuridão,
mas isento de medo,
apenas que fosse um credo
como outros credos são.
O credo deste poema,
que eu quero sem medo,
é nele dizer, sem receio,
que um poema pode ser negro,
mas de claridade cheio!

Sei de poetas negros,
que são colorida poesia,
neles, desde o começo,
a noite já nasceu dia!
Quisera que este poema fosse negro,
mas que no escuro não se escondesse
ninguém que tenha medo
do medo que do negro vem!


Cores



As cores na mente dá tom, dá e tira a vida das coisas,
As cores distinguem e caracterizam pessoas
Permeias lembranças, sonhos e acontecimentos, ou apenas, simplesmente trazem uma sensação sem nome!

"Prisão"



Na cadeia os bandidos presos!
O seu ar de contemplativos!
Que é das flores de olhos acesos?!
Pobres dos seus olhos cativos.
Passeiam mudos entre as grades,
Parecem peixes num aquário.
_ Campo florido das Saudades,
Porque rebentas tumultuário?
Serenos... Serenos... Serenos...
Trouxe-os algemados a escolta.
_ Estranha taça de venenos
Meu coração sempre em revolta.
Coração, quietinho... quietinho...
Porque te insurges e blasfemas?
Pschiu... Não batas... Devagarinho...
Olha os soldados, as algemas!

Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'


Envelhecer



É bom envelhecer!

Sentir cair o tempo,
magro fio de areia,
numa ampulheta inexistente!

Passam casais jovens
abraçados!...

As árvores
balançam novos ramos!...

E o fio de areia
a cair, a cair, a cair...

Saúl Dias, in "Essência"


Bebida



Quem bebe pode esconder sua tristeza
Quem não bebe, nem isto pode fazer
Quando estiver triste, com toda certeza
O melhor que faz é tentar ler e escrever


Alada Bailarina Mulher



Sou alada bailarina
Vivo entre o real e o irreal
Vivo o amor com toda emoção

Vivo um sonho
De estar em teus braços
Sentindo teu abraço
Teus beijos e carinhos

Entregando-me ao teu forte amasso
Sou alada bailarina
Transporto-me em desejos
Enlouqueço na ansiedade
De ser somente tua
Alada amante e bailarina

Sou alma livre
Sou fêmea que ama
Que dança
Que vive de esperança
Sou toda tua
Sou tua bailarina

28.12.10

SHOW



Alguns eventos que fotografo me sinto em um verdadeiro show, a festa te envolve, cativa e encanta, tanto que quando acendem as luzes digo sempre: 'o show tem que continuar'. Veja as fotos desse evento em: www.flickr.com/photos/tiagocarvalhofotografias/



Ri, palhaço!
Corpo de borracha e aço
Rebola como uma bola,
Tem dentro não sei que mola
Que pincha, emperra, uiva, guincha,
Zune, faz rir!


Circo, José Régio


Axé



Axé se tem, se usa, se gasta, se repõe, se acumula. Axé é origem, é a raiz que vem dos antepassados, é a comunidade do terreiro. Os grandes portadores de axé, que são as veneráveis mães e os veneráveis pais-de-santo, podem transmitir axé pela imposição das mãos; pela saliva, que com a palavra sai da boca; pelo suor do rosto, que os velhos orixás em transe limpam de sua testa com as mãos e, carinhosamente, esfregam nas faces dos filhos prediletos. Axé se ganha e se perde.

(Extraído de Reginaldo Prandi, Os candomblés de São Paulo)


15 Anos



Recentemente tive o prazer de fotografar esta festa de 15 Anos, o tema foi inspirado no filme Mourlan Rouge. Com direito a entrada espetácular da Aniversáriante por cima da tenda sentada em um balanço, com atrações e uma decoração maravilhosa, sem dúvida um envento singular, um verdadeiro espetáculo.

Veja mais no flickr. www.flickr.com/photos/tiagocarvalhofotografias/

Debutante²



Olhei para você e voltei pra trás no tempo.
E lembrei de outra pequena princesa que um dia quis ser rainha.

Com a mesma beleza.
Com e mesma emoção.
Com a mesma vontade de querer conquistar céu e chão.


Baile



Por trás da persona risonha
- o sorriso que apodrece -
a desesperança da Columbina
a vergonha do Arlequim




PARECEM PÉTALAS DE ROSAS BRANCAS
SOLTAS AO VENTO BRISEIRO
NEM TÃO FORTE NEM LIGEIRO
LEVANDO-AS A BAILAR

(DESCONHECIDO)


Debutante



a uma menina nos seus quinze anos


... e toda canção
era
um sonho
de valsa.


Devaneios³



Memoria profética de um momento sagaz, audaz na rigidez do aço na ponta da lança, no cume da língua fervilhando de sons mudos na efervescência do ser cortante nos gumes extremos da heresia amorosa, apaixonadamente odioso para com o mundo e sedutor dos malefícios e incumbências desnecessárias, dos ofícios rebeldes, inutilidades do falso acto de ser não sendo e não querendo ser o que se é. A negação quase continua de tão intermitente na transmissão de cadeias sequenciais em formula magica de loucura mundana a partir do momento em que o teclado é activado na tecla “Delete” em tom de apagar e em força de eliminar sem rasto tudo o que em mim, em nós foi ser vivente e pujante sem barreiras ou grilhões.
Mas que digo eu afinal!?


Casamento



O amor é quando a gente mora um no outro.

Mário Quintana

Atrás do Pano Escarlate



As cortinas vermelhas se abrem
Uma aparição inesperada toma conta do palco
Vestida de arco-íris, transforma em luz a própria criação
Nos rostos intensos da platéia, riso e lágrima se misturam
No teatro, a vida assume outro lado da história
É a arte de ser um outro eu
O pano cai, pesado, de cor escarlate, sem concessão
O show deve continuar
Mas só amanhã às nove

(Felipe Brida)

Aquela Infância



Ah, meus sete anos
Posso ir aonde quiser
Sou príncipe de uma terra longínqua, desconhecida
Tenho asas que me deixam tocar a mais alta nuvem
Também sou astronauta, moro em uma nave prateada
Desafio monstros siderais, e chego intacto à Lua
Posso me transformar em gato, cachorro, super-herói
Não tenho medo. A coragem é o meu comando
O mundo gira nas minhas duas mãos, sou dono dele
Minha infância... dias felizes, tempos de paz

(Felipe Brida)

Fim do Dia



Prostrada em frente ao corpo da moça
A palmeira balançava com o sopro do vento leste
Vento que deixava as folhas em estado de graça
Acenavam adeus aos raios de um sol luzidio
A árvore não esmorecia diante da noite
Aceitava o escuro e as criaturas que nele surgiam
Sabia, sim, que numa piscadela o dia voltaria a explodir
Aguardava ansiosa

(Felipe Brida)

O Tempo, o Vento e a Casa



Os tijolos ainda estavam lá
A casa também, menos inteira
A estrutura, envelhecida pelas décadas
Os que ali viviam hoje são apenas lembranças
Pó e memória confundem-se no espaço
A janela um dia serviu para ver o sol
Pela porta, ir e vir de pessoas em épocas passadas
A velha casa não respira mais sem seus habitantes
Está à margem da bela imagem

(Felipe Brida)

Dois



Ah, aqueles dois
Para eles um novo caminho
Misterioso, de prazer e de vivacidade
Eles se amam, repete a mãe
O pai chorava a saída da filha de casa
Ela estava crescida, seria bem cuidada
Naquela dança sacramentava-se a união
Os beijos eram vagarosamente trocados
O abraço os esquentava
Ah, aqueles dois...

(Felipe Brida)

O Branco Consumado



As mãos traçavam os últimos ajustes do vestido, atrás
Logo a noiva estaria completamente de branco
Projetava-se como as damas arrumadas, vistas na TV
Ela é um arranjo, torneada como uma escultura de Bernini
A noite era só dela e de mais ninguém
A jovem se sentia especial, a última das mortais
Logo chega a hora do altar, o definitivo pedestal
Logo será consumada sua vez
O tão sonhado momento de se fazer parte da vida do escolhido
A noiva entrava completamente de branco

(Felipe Brida)

Espetáculo | Adoniran Barbosa



Falei, com mato grosso a noite inteira
Pra ele se aguentá
Falei, que já arranjemo outro lugar
Pra nóis tudo ir morá!
Ele chora feito criança
Não qué se conformá
Tá sempre cantando assim

Saudosa maloca
Maloca querida
Dim dim donde nóis passemo
Dias feliz de nossa vida


Espetáculo | ...(re)ação



Desde sempre nos colocou o poeta e pensador originário Heráclito, quando há dois mil e setecentos anos disse: "Se não se espera, não se encontra o inesperado, sendo sem caminho de encontro nem vias de acesso". A interpretação  como caminho e experiência poética é o concentrar-se na "espera do inesperado".



Espetáculo | Diálogo Orgânico



A interpretação faz parte da nossa existência cotidiana. Nem sempre nos damos conta de que nossas escolhas e decisões se fazem a partir de interpretações. Elas se processam ao longo do dia, dos anos e da vida, de uma maneira absolutamente natural. Mas o que é a intrepretação? Esta é a nossa questão. Questionar radica no que há de mais profundo em nós. Nele sabemos e não sabemos, queremos e não queremos. O caminho da interpretação é a interpretação do caminho como o não-querer e o não-saber de toda questão. Se já soubéssemos o que desejamos na interpretação, não questionaríamos. Existir é interpretar a questão. Mas o que é a interpretação para que nela se dê a questão? A interpretação, o questionar e o que somos estão assim profundamente interligados. Por isso, quando tomamos como tema a interpretação, é em nossa própria existência que estamos pensando. Interpretar nessa dimensão é interpretar-se. A questão é: o que é o interpretar para que nele possa acontecer um interpretar-se? Interpretar-se é realizar-se.
Realizar diz-se em grego: poiein. De poiein se originaram as palavras poeta, poema e poiesis. Posteriormente, como reflexão em torno do que eclode em todo poiein, se fundou a Poética. É a interpretação filosófica do que é a arte, isto é, o poeta, o poema e a poieses.

Devaneios²



"Nos delírios da noite, te defino como a estrela
mais brilhante do céu...e este mesmo céu,
pode testemunhar a minha loucura,
que devaneia no vento da madrugada em claro,
ao som de suaves ruídos românticos,
que embalam esta noite inquieta,
de um coração que espera... espera...espera...
bons ventos não a trazem pra mim...
Ainda assim, espero ansioso por sua chegada
e como antigo amor, posso fechar os olhos
e sentir a textura da sua pele, o contorno da sua boca, o gosto do seu beijo, a intensidade do seu abraço, contemplando infinitamente o seu ser, adorável és pra mim...
Então, não permita que nossas pétalas sequem e caiam ao chão, pois, te sinto como real, único, eterno, sem ao menos tê-la tocado."


Nailde Barreto

Devaneios



No devaneio tomamos contato com possibilidades que o destino não soube utilizar.”

Casamento



Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência, não pensar...


Fernando Pessoa

Cada Detalhe


A entrega do convite é onde tudo começa, sua importância é significativa, pois ele é a primeira imagem que representa o cartão de visita do grande evento. A celebração cerimonial da início ao ritual do casamento, se é na igreja, no campo, no jardim ou em outro lugar, isso não importa, desde que o local da celebração esteja adornado a altura para receber com alegria a noiva em sua chegada triunfal com seu magnífico carro ou carruagem em seu belo vestido branco invadindo de emoção o coração de seus ilustres convidados, pois comemoram juntos e desfrutam ali naquele momento um dos dias mais felizes da vida de um casal. Flores, velas, cetim, charme, bom gosto e músicas emocionantes, tudo se mescla para encantar a passarela da noiva que desfila sobre o tapete vermelho como uma rainha digna de gala, seu lindo bouquet passeia com elegância e todos os detalhes são contemplados pelos olhares penetrantes de cada um que ali está.

A recepção que é comemorada com festejos pela união, semeia alegria e contentamento acompanhado de manjares, bebida e boa música, a alegria da dama de branco que passeia com seu amado à cumprimentar cada convidado é recebida com alegria em todas as mesas, pois sua felicidade é o motivo da celebração.
Noivo e noiva como anfitriões, examinam cada ponto da festa para se certificarem da recepção honrada de cada convidado, pois é o momento de conferir se tudo está saindo como o planejado, a perfeição de cada prato, o sabor de cada bebida, a leveza de cada doce, o executar de cada música e o atendimento com todo prestígio.
A mesa do bolo com os mais delicados itens enfeitam o cenário para sessão de fotografias e filmagens que representarão a lembrança inesquecível daquele momento tão rápido e único. Imagens com o máximo de perfeição em qualidade para se fazer quase real aquela lembrança durante todos os próximos anos vindouros.
A noiva com toda a classe joga seu lindo Bouquet como símbolo de sua alegria que será em breve vivida por outra donzela que o pegar em uma disputa para ser a próxima dama de branco.
A entrega de uma delicada e sublime lembrancinha é a forma mais carinhosa de agradecer a presença de cada convidado, por isso sua escolha é feita com muito carinho e atenção.
Convidados observam estonteantes ao termino do espetáculo marcante a partida feliz dos recém casados que saem com glamour e bugigangas penduradas ao pára-brisa em sinônimo de homenagem dos amigos e parentes que deseja toda a felicidade do mundo ao casal.

Felicidade, amor e fidelidade que irão durar até a morte !!